Polícia de gênero
Fortaleza, Avenida Treze de Maio. Ônibus em movimento.
Policial entra no ônibus e puxa conversa comigo.
Em menos de cinco minutos, ele fala-me sobre a demora do ônibus, estupro e homofobia.
Diz que não tem “fobia de gay”, mas que eles não deveriam beijar-se em público, porque as crianças podem julgar que isso é normal.
Pergunto-lhe, — Pensar que se beijar é normal?
Ele diz, — Não, pensar que ser gay é normal.
Ocorre aquele breve silêncio constrangedor.
Dou o sinal de parada.
O motorista para o ônibus.
Desço.
Raphael Cruz
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