Autoetnografia da solidão
O que descobri num fim de semana sozinho em casa?
O silêncio pode incomodar tanto quanto o barulho.
Não há ninguém lhe dando ordens.
Rádio e TV se tornam boas companhias.
Você não ouve sua voz, salvo os momentos em que canta ou ri alto.
Ficar sem internet e celular é voltar aos anos 90.
Fica-se feliz ao encontrar feijão congelado na geladeira.
Macarrão continua sendo a comida mais prática do mundo.
Você ouve chamarem pelo seu nome durante o dia e enxerga vultos durante a noite.
Você quer comprar o livro para colorir que está fazendo sucesso nas livrarias.
A louça suja acumula e não há ninguém para pôr a culpa.
É um momento para experiências do tipo banhar-se com a porta do banheiro aberta.
A interação social resume-se a dar boa noite ao vizinho que sobe as escadas.
Raphael Cruz
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