Vagabundos e iluminados

 

Jack Kerouac (1922-1969)

Vagabundos iluminados (L&PM, 2004) é outro “livro de estrada”, mais uma road novel de Kerouac, assim como On the road e Viajante solitário.

O livro possui um enredo relativamente simples com poucos personagens.

Alguns dizem que ele é um On the road zen budista, espirituoso e iluminado.

Ele é mais religioso, com tentativas de conciliação entre oriente e ocidente, numa aproximação ética entre budismo e cristianismo.

A novela foi lançada um ano depois do sucesso de On the road.

Ela explora as andanças dos jovens universitários Ray Smith e Japh Rider vestidos com roupas baratas vendidas pelo Exército da Salvação, alimentados por boas refeições de vinte centavos em restaurantes de beira de estrada numa busca espiritual por trilhas em montanhas, rodovias e ferrovias estadunidenses, com um monte de andarilhos e demais vagabundos pelo caminho.

Tudo isso embalado por conversas sobre zen budismo, o vazio, alpinismo, a verdade e a poesia.

O livro possui descrições de paisagens, e da natureza, o que às vezes o torna cansativo, a não ser que você tenha um interesse especial por naturalismo ou geologia.

Apresenta também uma quantidade variada de cardápios para andarilhos, de feijão com carne de porco às frutas desidratadas.

Além de todas as dicas de logística para mochileiros, poeminhas improvisados durante caminhadas e todo o papo furado zen budista sobre o sentido da vida, Vagabundos iluminados é uma jornada espiritual e física à América profunda, a América popular, povoada por todos os tipos da classe trabalhadora do mar à terra, de caminhoneiros à estivadores.

É uma trilha com passagens iluminadas e outras escuras de um jovem em busca de si.

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